O bem-estar escolar e o gosto pela escola dependem geralmente da família, do apoio prestado pela escola, bem como da relação (interação) entre os pares. Este estudo visa aprofundar o papel da relação da família-escola, a forma como o adolescente se vê a si próprio, vê o outro, como se relaciona e também como todas estas interações influenciam a sua autoestima e o seu empenho a nível escolar.
Como base de investigação foi utilizado o Health Behaviour in School-aged Children (HBSC/OMS) que analisa a saúde e a qualidade de vida dos adolescentes portugueses e é realizado de 4 em 4 anos. A amostra é composta por 2766 adolescentes, cuja média de idades é aproximadamente de 14 anos (Mín. = 12; Máx. = 20; M =13.99; DP = 0.83), sendo mais de metade do sexo feminino (51.7%), sem dados quanto ao ano de escolaridade abordado.
O enquadramento conceptual deste estudo é baseado na educação, na família, na adolescência e na relação destes três conceitos, tendo como base uma visão construtivista e behaviorista. Verificou-se através da análise dos resultados que existe uma associação significativa entre a relação com os amigos, a família, os colegas, os professores, o apoio familiar e o apoio dos amigos, com a correlação mais forte a ocorrer entre a relação com a família e o apoio familiar (r = 0.506).
Em suma, os resultados obtidos demonstram que os adolescentes que têm um bom apoio familiar possuem mais qualidade de vida e bem-estar, estabelecem mais facilmente ligação com os seus pares, desenvolvem competências socioemocionais e de relacionamento interpessoal, o que contribui para uma boa saúde mental.