A saúde mental é um conceito amplo, podendo ser descrita como uma condição de bem-estar na qual o indivíduo consegue realizar as suas capacidades, lidar com as tensões do quotidiano, trabalhar de forma produtiva e ser capaz de contribuir para a sua comunidade. A qualidade de vida, definida como a perceção do indivíduo sobre a sua posição na vida, baseando-se no contexto sociocultural em que está inserido e considerando os seus objetivos, expetativas, padrões e preocupações, é um conceito subjetivo, multidimensional, que incluiu aspetos positivos e negativos e que é influenciado pela saúde mental e física, pelas relações sociais, pelo nível de independência, pelas crenças pessoais do indivíduo e pelo meio envolvente. A qualidade de vida das crianças e dos adolescentes é influenciada pela saúde mental dos pais, na medida em que uma pior saúde mental parental tem um impacto negativa na qualidade de vida dos filhos.
Neste estudo, foram inquiridos 1757 adultos, com idades entre os 20 e os 80 anos (média de 41.6 e desvio padrão de 5.71), sendo 77.3% dos indivíduos do sexo feminino, e respetivos filhos, com idades entre os 6 e os 16 anos, com o objetivo de compreender o impacto da saúde mental dos pais na qualidade de vida dos filhos.
Os resultados desta investigação evidenciaram que os filhos têm uma perceção de qualidade de vida mais elevada quando comparada com a perceção dos pais, avaliando a provocação como a dimensão mais positiva e o ambiente escolar como a mais negativa. Foi, também, possível compreender uma relação positiva entre a presença de menos sintomas de problemas de saúde mental nos pais e a qualidade de vida das crianças e adolescentes, indicando também que a ansiedade, a insónia e a depressão parental são preditores da qualidade de vida dos jovens. Assim, conclui-se que uma boa saúde mental dos pais tem um impacto positivo na qualidade de vida dos filhos. (Catarina Pereira Santos)